Os músculos também têm memória

Se tinha por hábito treinar e deixou de o fazer há algum tempo, não precisa de voltar à estaca zero quando voltar ao ginásio: a memória muscular é uma realidade.

Muitos são desconhecedores do facto de que os nossos músculos guardam informação nas células que os compõem, ou seja, eles não esquecem por completo os esforços a que foram sujeitos no passado em anteriores treinos de resistência. Mesmo que pare de treinar, a estrutura de músculos que adquiriu durante esse tempo de treino não se perde. Isso mesmo: a memória muscular existe e pode ser determinante quando pretender retomar os seus hábitos de treino.

É uma realidade que a sua figura se altera e os músculos adquirem um aspeto menos proeminente, mas a semente já foi lançada e, quando voltar a estimulá-la, recuperar essa figura vai ser mais rápido do que possa imaginar. Os músculos possuem uma memória que pode perdurar durante anos sem perder nenhuma informação.

É verdade que basta que paremos de treinar por apenas 15 dias para que a nossa massa muscular decresça em 12 por cento, segundo um artigo publicado na Medicine and Science Sports and Exercise, o que leva a que muitos acreditem que assim que deixam de treinar todo o trabalho que tiveram tenha sido em vão, mas a informação armazenada no núcleo dos músculos reserva-nos uma boa surpresa.

A primeira coisa que acontece quando começa a treinar não é o crescimento muscular mas sim a criação de mais núcleo, núcleos estes que facilitarão o desenvolvimento de mais tecido e dos próprios músculos. Por serem grandes, os nossos músculos são constituídos por células contendo mais do que um núcleo como acontece com praticamente todas as outras células do nosso corpo. Por serem vários, os núcleos existentes permitem sintetizar uma grande quantidade de proteínas, o que de outra forma não seria possível. São os núcleos das células que constituem os músculos que controlam a síntese das proteínas que se juntam e assim formam mais tecido muscular. Estes núcleos permanecem dentro das células mesmo durante grandes períodos de inatividade dos músculos.

O treino de força parece alterar a estrutura dos seus músculos de forma permanente e quando o treino é retomado a fase inicial, de construir mais núcleos, já não é necessária. Os núcleos estão apenas adormecidos e com o regresso ao treino acordam. Por isso o crescimento muscular é muito mais rápido para quem já tinha feito treino de força do que para aqueles que nunca o fizeram. Estes últimos têm ainda de criar mais núcleos antes de começarem a “crescer” e ver resultados.

Por isso já sabe: o trabalho que faz no ginásio nunca é em vão, uma vez que a memória muscular é uma realidade comprovada que lhe permitirá retomá-lo de forma mais fácil, proporcionando resultados mais velozes assim que decidir voltar à carga.

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