Ergonomia. O trabalho pode melhorar a vida

A sua postura pode definir o seu bem-estar e até a sua saúde. Conheça a forma como a ergonomia pode melhorar significativamente a sua vida.

A ergonomia é a ciência que estuda a forma como os seres humanos interagem com o seu trabalho, meio envolvente e as ferramentas que utiliza para executar as suas tarefas com foco para a disposição do espaço e dos equipamentos nos locais de trabalho, tendo sempre em vista o bem-estar do trabalhador. No seu estudo do meio e dos seres humanos, a ergonomia tem como base muitas outras ciências, tais como a biomecânica, a engenharia, a fisiologia ou a psicologia.

A primeira publicação a abordar doenças e lesões relacionados com o trabalho foi da autoria do médico italiano Bernardino Ramazzini, em 1700. A obra “De morbis artificum diatriba”, sobre as doenças dos trabalhadores, abriu caminho para que também outros estudiosos publicassem os seus trabalhos.

O termo ergonomia tem a sua raiz nas palavras gregas ergon (trabalho) e nomos (lei ou norma), e foi utilizado pela primeira vez num artigo do cientista polaco Wojciech Jastrzebowski, publicado em 1857. Mas é apenas um século mais tarde, em 1959, com o engenheiro inglês K.F.H. Murrel, que esta disciplina é reconhecida cientificamente, através da criação da primeira Associação Nacional de Ergonomia, que reunia psicólogos, fisiologistas e engenheiros interessados pela questão da adaptação do ambiente de trabalho ao Homem.

Os ergonomistas avaliam tarefas, trabalhos, produtos, ambientes e sistemas, a fim de torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações dos trabalhadores. Tentam adaptar os instrumentos e locais de trabalho a quem o executa, de forma a desenvolver uma boa integração entre as condições existentes e as capacidades e limitações físicas e psicológicas do indivíduo, por forma a que o sistema se torne mais eficaz.

Através da ergonomia, é possível aumentar a eficiência da empresa, através da segurança, saúde e conforto do trabalhador no seu local de trabalho, de maneira a que a existência de erros e perigos sejam reduzidos para que sejam evitados acidentes e lesões deles decorrentes, o que acontece frequentemente quando as tarefas são demasiado repetitivas, as posturas erradas ou os esforços indevidos.

Estudando as posturas dos trabalhadores, os movimentos que efetuam, os equipamentos que utilizam no exercício das suas tarefas e o meio físico envolvente,  o estudo ergonómico desenvolve postos e métodos de trabalho, ferramentas, máquinas e mobiliários apropriados às tarefas de cada pessoa. A sua ação passa também pela sensibilização e formação sobre métodos e técnicas que melhor se adequem à execução de cada função.

Apenas para dar um exemplo, os monitores do computador devem estar colocados ao nível dos olhos, de modo a que o pescoço e a coluna não desempenhem demasiado esforço. A função das cadeiras ajustáveis é a de adaptar a altura do trabalhador para que os pés fiquem completamente assentes no chão e as costas possam assumir diferentes posições. Já os braços devem apresentar uma postura que permita que os cotovelos, quando assentes sobre a secretária, formem um ângulo de cerca de 90 graus. Usar um auricular também é aconselhado a quem fala muitas vezes ao telefone, para evitar as posições erradas muito próprias de quem passa bastante tempo de telemóvel encostado ao ouvido, ao mesmo tempo que facilita a escrita no teclado.

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